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 » FALTA DE PROFISSIONAIS É REALIDADE DO MERCADO DE TRABALHO BRASILEIRO
    20-05-2016
Escassez de mão de obra, com ou sem qualificação, afeta as empresas, que se veem obrigadas a pagar mais sem aumentar sua produtividade.
Depois de encarar taxas de desemprego de dois dígitos na década de 1990, os brasileiros têm visto nos últimos anos o número de trabalhadores desocupados cair de forma consistente.
Listar o lado bom de um cenário como esse não é difícil. Mais pessoas trabalhando, aumento de renda da população e redução no tempo de procura por trabalho são só alguns deles. Em 10 anos, o rendimento médio real dos trabalhadores pulou de R$ 1.409 para R$ 1.793, aumento no poder de compra de 27,2%.
Mas também há um lado não tão bom assim, causado em grande parte pelo ritmo lento da economia nos últimos dois anos. Um desemprego muito baixo dá poder aos trabalhadores para pedir aumento, mas salários maiores sem ampliação da produção pressionam os custos das empresas, que reagem subindo preços, gerando inflação. O governo vê-se, então, diante da opção de elevar os juros e esfriar a economia ou aceitar mais inflação. Justamente o dilema que o Brasil vive no momento. Mas, como a presidente Dilma Rousseff disse recentemente em Porto Alegre, não há planos de reduzir o emprego para controlar os preços, mesmo que o país tenha uma das menores taxas de desemprego do mundo.

– O baixo crescimento vai acabar contaminando o emprego. É só questão de tempo – afirma José Márcio de Camargo, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
A indústria, que sofre forte concorrência internacional, é uma das primeiras a sentir a perda de competitividade gerada pelo aumento de custos. O setor de comércio e serviços também sente os efeitos de ter um mercado aquecido em uma economia que patina. Fabiana Estrela, diretora da Estrela Franquias, franqueadora de mais de 60 lojas das marcas Barriga Verde e Caverna do Dino, lamenta a elevada substituição dos vendedores. Em um ano, a rotatividade chegou a 50%.
– Às vezes, a troca de emprego ocorre por quantia muito pequena, de R$ 50 ou R$ 100 – conta.
A dificuldade de Fabiana é comum a todos os varejistas. Com o mercado de trabalho aquecido, o medo de ficar sem ocupação diminui e trocar de emprego pode tornar-se mais atrativo. Cabe aos patrões criar estratégias para manter um bom funcionário e garantir que ele não vá para a concorrência.

– Tenho investido em treinamento. São pelo menos oito horas por mês. Como a margem é curta, fica difícil aumentar muito os salários. Fica mesmo quem gosta do trabalho – afirma a diretora da Estrela Franquias.
Porto Alegre vive pleno emprego, diz especialista
Uma das funcionárias mais antigas da empresária é Ieda Maria Folchini, que há nove anos trabalha na mesma loja, em Cachoeirinha. Começou como operadora de caixa e hoje é gerente. Ela conta que nesse tempo todo já viu vários colegas trocarem de emprego e que já recebeu diversas propostas, mas que decidiu ficar.
– Com mais oportunidade, o trabalhador ganha força, tem poder de escolha. Eu fico porque me sinto reconhecida e gosto muito do que eu faço – relata Ieda.
Especialistas costumam ter opiniões diferentes sobre a taxa de desemprego que caracterizaria uma situação de equilíbrio ideal entre oferta e demanda de trabalho. Alguns falam em uma taxa de 5% a 6%, outros ponderam que o país só atinge esse patamar quando está abaixo de 5%. O professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Marcelo Proni se alinha àqueles que defendem que ainda é cedo para se falar em pleno emprego no Brasil.
– Só é válida para poucas metrópoles da Região Sul e não a todo o país. Porto Alegre, por exemplo, é uma das capitais que já se encontram nesse patamar – afirma Proni.
No mês de março, a região metropolitana de Porto Alegre registrou desemprego de 4%, a menor taxa para o mês desde 2002, quando começou a série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É também o menor percentual entre as regiões metropolitanas avaliadas.

 
 
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